Polícia Prende Equipe do Instituto Exata por Difamação

Em seguida, vinha a questão, com opções de resposta: "Na sua opinião, ele é: 1.Culpado 2.Inocente 3.Não sabe dizer".

O instituto é de propriedade de Adilson Santana, conhecido como Catatau, que é amigo e aliado político do governador Alcides Rodrigues (PP). Catatau diz que a pesquisa não tem contratante e afirma que continuará realizando o levantamento em outras cidades até que haja decisão judicial contrária (leia ao lado).

A denúncia chegou ao delegado Álvaro Cássio dos Santos, titular da 2ª Delegacia Regional de Polícia, de Aparecida de Goiânia, no domingo, quando equipe da Exata trabalhava em Guapó. A acusação teria sido feita pelo ex-prefeito Colemar Cardoso, irmão de Sérgio Cardoso, que é secretário-geral do PSDB e cunhado de Marconi. No dia seguinte, Álvaro soube que a equipe da Exata estava na cidade.

Os policiais detiveram os quatro pesquisadores e um coordenador e apreenderam o carro do instituto, além de cerca de 2 mil questionários. Depois dos depoimentos, a equipe da Exata foi liberada.

O delegado afirma que concluirá o inquérito esta semana e emitirá cópias à promotoria e à Justiça Eleitoral, além do procurador Regional Eleitoral, Alexandre Moreira dos Santos. Ele não sabe ainda se Catatau será ouvido pela delegacia ou pela promotoria.

Segundo o delegado, o crime, previsto no artigo 325 do Código Eleitoral, determina detenção de três meses a um ano e multa. Segundo Álvaro, a equipe afirmou que ouviu 50 pessoas em Varjão e cerca de 250 em Guapó.

O levantamento aborda intenção de voto espontânea e estimulada para presidente da República, governador, e senador, rejeição, espontânea para deputado federal e estadual, avaliação das gestões do presidente Lula, de Alcides e do prefeito, além de perguntar o nível de conhecimento do eleitor sobre Marconi e os pré-candidatos Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR). A pesquisa pergunta ainda cinco pessoas nas quais o eleitor confia, cinco maiores líderes políticos da cidade e os problemas do município a serem solucionados com urgência.

Críticas

Colemar e Sérgio, além do advogado Gáudio Fleury, também cunhado de Marconi, estiveram na delegacia depois que a equipe foi detida. Lideranças políticas do PSDB condenaram a atitude do instituto e associaram a iniciativa ao governo estadual.

Marconi disse ao POPULAR não ter dúvidas de que a pesquisa foi realizada por determinação do governador. "Tenho certeza disso. Todas as pesquisas feitas por esse instituto são a mando do governador. Eles trabalham exclusivamente para o governador e muitas pesquisas inclusive são encomendadas por órgãos do governo" , acusou.

Marconi disse que políticos de Goiás estão partindo para o baixo nível. "Estão usando o poder do Estado arbitrariamente para me atingir. Espero que o Ministério Público e a Justiça tomem as devidas providências. Lamentavelmente, a baixaria começou. Estão apelando para o jogo baixo e desonesto" , disse.

Presidente do PSDB estadual, o deputado federal Leonardo Vilela também associou o caso ao governador: "Isso mostra o nível do povo ligado ao governo. Mostra do que são capazes. Isso foge totalmente dos parâmetros científicos e éticos de pesquisa".

Em abril, Marconi denunciou na tribuna do Senado a suposta confecção de falso dossiê que o acusava de manter contas bancárias em paraísos fiscais no exterior.

O ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, que acompanhou o governador ontem em viagem a Brasília, disse que o governo não tinha conhecimento do levantamento e não tem responsabilidade sobre o caso.

Fonte:(agenciapress.net)