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26 de Abril de 2024
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    Nota de esclarecimento sobre sequestro relâmpago

    Colegas,

    Espero que compreendam. Não posso mais compactuar com essa situação e permanecer de mãos atadas, sob pena de falhar com as pessoas que acreditaram em mim. Peço a quem puder que repassem para os colegas de sua caixa de correio para que todos saibam como o SINDJUS representa “toda” a categoria…

    Segue abaixo a minha carta de renúncia.

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    CARTA DE RENÚNCIA

    Desde que fui chamado a integrar a nova Diretoria do SINDJUS-DF acreditei, pelas promessas daqueles que me convidaram, que estaria compondo uma nova diretoria, com uma nova visão, uma visão que buscaria a integração, o respeito e a igualdade a todas as categorias que compõem os servidores do Poder Judiciário da União no Distrito Federal.

    Achei, no íntimo de minha inocência no ambiente sindical, que essa nova diretoria, supostamente composta de representantes de todos os servidores, buscaria os direitos e resgataria o respeito aos servidores do Poder Judiciário de forma apartidária, contra tudo e todos que atuassem contra essas premissas, mas sempre respeitando o ordenamento jurídico, a Constituição e a ética.

    Contudo, nos meses em que participei (se é que se pode dizer isso!), à exemplo do meu amigo pessoal EMÍDIO PRATA, cuja situação ainda é mais delicada, já que é um dos Coordenadores Gerais do Sindicato, verifiquei exatamente o contrário.

    No período da greve, não fomos convocados para qualquer reunião da diretoria, não nos foi dado acesso à pauta da diretoria, não participamos de qualquer decisão a respeito do atual plano, nem nos foi passada qualquer decisão das reuniões com as autoridades, prerrogativas que, como diretor e Coordenador Geral do sindicato, pensávamos ter. No caso do meu amigo Emídio, ele nem mesmo obteve da atual diretoria sua liberação, prevista por Lei, para desempenhar suas atividades sindicais em prol dos servidores.

    No meu caso específico, tive participação somente no comando da greve, juntamente com colegas do fórum onde exerço minha atividades, não como diretor do sindicato. Fui voto vencido na assembléia do comando, ao alertar que o fim da greve seria um erro, já que essa greve tinha alcançado expressão que há tempos não se via em nível nacional, sem falar que nada tínhamos de concreto, a não ser um suposto “acordo verbal”, que acabou por não se concretizar, como os fatos nos mostraram posteriormente.

    Durante esse período, fui convocado, por carta, para assembléia de aprovação de contas do sindicato, que aconteceria no dia seguinte e, para a minha surpresa, ao questionar a própria transparência e lisura do processo durante a assembléia, fui duramente alijado, tive a minha fala cortada pela diretoria e ainda fui instado a pedir a minha renúncia!

    Resolvi permanecer, apesar de tudo isso, com o intuito de ver os interesses dos analistas representados dentro do sindicato, no entanto os recentes acontecimentos políticos me fizeram ver que de nada adianta tentar nadar contra a maré.

    Foi com muito contragosto que vi o deputado Policarpo que supostamente representa os interesses dos servidores do Poder Judiciário, na condição de relator do PL, aprovar emenda mudando a nomenclatura dos oficiais de justiça, trazendo mais uma diferenciação entre eles e demais cargos do Judiciário e, rejeitar emenda para mudar a nomenclatura dos analistas ao argumento de que tal mudança geraria um separatismo entre os servidores, que aliás, por força de Lei, deve existir em razão das diferentes atribuições dos cargos.

    Mas a gota d’água a ensejar a minha atual decisão ocorreu em razão da apresentação, pelo mesmo deputado Policarpo, de projeto de lei objetivando conceder aposentadoria especial para, tão somente, oficiais de justiça e agentes de segurança do Poder Judiciário da União.

    Vale ressaltar que, na fundamentação do seu projeto de lei, o deputado que diz representar toda a categoria, se valeu de decisões judiciais proferidas em favor de associações de servidores do Judiciário de vários estados, que fizeram suas reinvindicações em caráter amplo, ou seja, em favor de todos os servidores irrestritamente e, apesar disso, deixou de lado (mais uma vez) analistas e técnicos judiciários em prol de sua luta em favor exclusivamente de agentes de segurança e oficiais de justiça que, diga-se de passagem, já possuem gratificação especial para o desempenho de suas atribuições, tudo com o apoio irrestrito e sem qualquer crítica do SINDJUS-DF. Quando é que o SINDJUS-DF verdadeiramente vai representar TODOS os servidores do Poder Judiciário? Da minha parte, vou tentar defender os interesses dos analistas trilhando outros caminhos.

    Diante de tudo isso, é com profundo pesar e consternação, e pedindo minhas desculpas a todos os analistas que confiaram seu voto na minha pessoa, que venho perante essa diretoria executiva manifestar a minha renúncia, em caráter irretratável, em relação ao meu cargo de suplente da diretoria do SINDJUS-DF.

    Brasília-DF, 17 de dezembro de 2012.

    ALEXANDRE GUIMARÃES FIALHO

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